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5G: a nova geração de redes móveis substituirá o Wi-Fi?

Com o 5G ficando mais popular em vários países, as velocidades de conexão tendem a ficar cada vez mais rápidas, e a cobertura deverá ficar mais presente à medida em que novas antenas sejam instaladas. Em determinados casos, a última geração de conectividade móvel será capaz de entregar velocidades ainda mais altas em comparação com redes Wi-Fi domésticas e públicas — porém, isso não deve ser suficiente para permitir que uma tecnologia substitua a outra de forma completa.

Um fator determinante para essa relação é a segurança dos dados que são transmitidos durante a conexão. O Wi-Fi permanecerá como a alternativa que oferece redes privadas, e com isso permite a utilização em ambientes domésticos com a possibilidade de controle de outros produtos — como a transmissão de um conteúdo para o Chromecast ou acionamento de uma impressora sem fio, por exemplo.

Além disso, o Wi-Fi permanece como a solução mais prática em ambientes domésticos e empresariais, já que permite um custo menor para instalação e manutenção, por exemplo. Esse tipo de conectividade também permite um maior controle dos dispositivos que estão usando a internet, com a implementação de senhas para evitar que usuários não autorizados acessem a rede indevidamente — em modelos modernos de roteador também é possível listar todos os dispositivos conectados e ajustar proibições individuais.

Outro fator que permanecerá como um diferencial entre Wi-Fi e 5G é o licenciamento das redes. O Wi-Fi não traz regulamentação restrita relacionada a quais espectros de ondas podem ser utilizados por cada roteador — portanto, qualquer pessoa pode instalar uma rede em qualquer frequência disponível, sem a necessidade de autorização específica. Este é mais um fator que aumenta os níveis de praticidade, mas pode gerar problemas caso determinada frequência fique muito congestionada.

Por outro lado, a conectividade móvel precisa ser distribuída entre as operadoras, e é isso que foi realizado no leilão do 5G, que gerou bastante repercussão quando foi realizado no Brasil em novembro de 2021. O uso dessas redes ainda requer componentes ligados a assinaturas com operadoras (ou seja, um cartão SIM), algo que não deve mudar nos próximos anos.

O 5G ainda poderá ser utilizado em uma área de cobertura bem mais alta do que redes Wi-Fi, já que estará presente de forma massiva nos grandes centros, assim que toda a infraestrutura for devidamente instalada — foi definido pela Anatel que a chegada nas capitais acontecerá até a metade de 2022, com expansão gradual até as cidades menores em um processo que deve demorar até julho de 2029.

Usos complementares de Wi-Fi e 5G

Mesmo que as duas tecnologias de conectividade mantenham suas diferenças, elas ainda poderão atuar de forma ainda mais conjunta e integrada em comparação com a dupla 4G + Wi-Fi. As aplicações otimizadas são muitas e poderão auxiliar em tarefas de produtividade em grande escala, ou mesmo para facilitar a vida de todos em funções mais básicas.

Grandes fábricas poderão utilizar os dois padrões de conectividade ao mesmo tempo, em que o Wi-Fi serviria para auxiliar em serviços administrativos pontuais, enquanto o 5G ficaria responsável pela questão operacional — portanto, na integração entre robôs e trabalhadores que ficam a muitos metros de distância, por exemplo.

Até mesmo os futuros carros autônomos poderiam usar o 5G para se comunicar com elementos do trânsito na rua, como pedestres, outros automóveis e também com a infraestrutura instalada para que o sistema funcione de maneira correta e segura. Simultaneamente, o Wi-Fi poderá servir para carregar conteúdos de entretenimento para os passageiros, ou mesmo realizar atualizações e outras funções enquanto o veículo está parado na garagem.

Algumas das aplicações mais inovadoras do 5G + Wi-Fi são relacionadas com a chamada Internet das Coisas (IoT), que poderão identificar os melhores padrões de rede para cada ocasião, com base em fatores como capacidade, velocidade e latência, além dos padrões de segurança na transferência de dados.

Um padrão de conectividade poderia existir sem o outro?

Ao levar em conta somente a experiência de usuário e qualidade de conexão, o 5G poderia cumprir toda a demanda necessária com boa velocidade e estabilidade, a princípio. Porém, como grande parte das residências localizadas nos grandes centros já possuem redes Wi-Fi próprias, não existe essa necessidade, mesmo que a conectividade móvel entregue velocidades mais altas em alguns casos.

Porém, fatores como a segurança na transmissão de dados ainda contam como uma vantagem bastante considerável para as redes privadas, e também por isso ela deve permanecer como a mais utilizada nos ambientes domésticos.

Para o caso do uso empresarial das redes de conexão, algumas empresas poderão realizar trocas para o 5G se considerarem favoráveis para seus negócios — porém, não é esperado que isso aconteça em grande escala no mercado, pelo menos por enquanto.

Alguma coisa vai substituir o Wi-Fi no futuro?

O histórico das redes de conexão permite afirmar que uma revolução na área nunca pode ser descartada — afinal, os padrões de conectividade sofreram muitas mudanças ao longo das últimas décadas.

Mesmo assim, o Wi-Fi costuma apresentar um sistema tão eficiente, acessível e livre de amarras que é difícil imaginar que algo será capaz de substituí-lo em algum momento dos próximos anos.

Além disso, a implementação de novas gerações (como o Wi-Fi 6E, por exemplo) continua permitindo melhorias nas capacidades dessas redes. Com isso, elas podem se manter dentro das demandas comuns dos usuários, como conexão de diversos dispositivos ao mesmo tempo, streaming de conteúdos em qualidades cada vez mais altas e jogos online com baixa latência.

Portanto, é bastante provável que a realidade dos próximos anos não veja a conexão Wi-Fi sendo substituída, simplesmente pois não há nada melhor disponível até o momento — caso essa troca seja feita em algum momento, não deverá ser pelo 5G.

Fonte: Wifirst, Intel, Mist, RCRWireless

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