Por que o Spotify decidiu entrar no metaverso

Em entrevista exclusiva a Época NEGÓCIOS, a diretora criativa Marie Ronn fala sobre o desafio e o objetivo de construir a experiência interativa

O Spotify lançou em maio um de seus projetos mais ambiciosos até hoje. Trata-se da Spotify Island (Ilha do Spotify), um espaço interativo no Roblox. No ambiente, os usuários podem se unir a artistas, explorar e criar sons com o criador de batidas Soundtrap e completar missões para desbloquear conteúdo exclusivo de bandas e cantores, além de outras surpresas e “easter eggs” (“segredos escondidos”) musicais.

“A Spotify Island é completamente diferente de tudo que já fizemos antes como marca”, afirma Marie Ronn, diretora criativa da empresa.

“Construímos, do zero, toda uma experiência interativa que captura o verdadeiro espírito do Spotify. Foi necessário reimaginar nossa marca no Roblox como um destino totalmente imersivo e multidimensional.”

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O Spotify Island foi criado com o objetivo de aproximar usuários e artistas (Foto: Divulgação/Spotify)

Neste primeiro momento, o gênero musical apresentado é o K-Pop, mas “esta é apenas a primeira de várias outras ilhas temáticas que serão lançadas no futuro”, segundo Marie.

O Spotify foi a primeira plataforma de música a entrar no metaverso. No concorrido mercado de streaming, o objetivo é conquistar um novo público: “No fim das contas, queremos alcançar a próxima geração de gamers, onde quer que eles estejam, enquanto criamos novas oportunidades para fãs e artistas se envolverem e jogarem”, explica a diretora criativa.

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No Spotify Island, o usuário pode explorar e criar sons com o criador de batidas Soundtrap (Foto: Divulgação/Spotify)

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O Spotify Island ainda guarda segredos escondidos para os fãs (Foto: Divulgação/Spotify)

Segundo a empresa, o projeto no metaverso também fornece mais uma fonte de renda para os artistas — a plataforma já foi muito criticada por pagar mal aos criadores (em média entre US$ 0,003 e US$ 0,005 por stream). Agora, com a ilha no Roblox, os artistas podem criar produtos virtuais de merchandise exclusivos para os fãs, com lucros totalmente revertidos aos autores. 

“Isso nos ajudará a nos aproximarmos de nossa missão de permitir que os criadores vivam de seu trabalho”, disse Marie. “Vamos trabalhar com mais artistas nos próximos meses para criar mais oportunidades como essa.” No momento, duas colaborações já estão disponíveis – com o grupo Stray Kids e a cantora Sunmi.

“Essas experiências únicas oferecem novas possibilidades para fãs e artistas aprofundarem sua conexão, ao mesmo tempo em que permitem que fãs e seus avatares literalmente entrem na visão de um artista”, afirma a executiva.

Contratações congeladas

O primeiro trimestre de 2022 foi positivo para o Spotify, que registrou um lucro líquido de 131 milhões de euros e um aumento de 19% na sua base de usuários, acumulando 182 milhões de assinantes Premium.

Em junho, no entanto, o Spotify apresentou os primeiros sinais de contração, em meio à crise da economia global, e o CEO Daniel Ek informou à equipe por e-mail que a empresa reduzirá as contratações em 25%, de acordo com uma fonte da Reuters familiarizada com o assunto.

https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2022/07/por-que-o-spotify-decidiu-entrar-no-metaverso.html

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